Uma data marcante para ON THE ROAD

O jornalista e escritor Eduardo Bueno, em seu belo texto de introdução a ON THE ROAD (traduzido por ele), da L&PM Pocket,  começa dizendo:
Pouco antes da meia noite de 4 de setembro de 1957, Jack Kerouac e Joyce Johnson, a jovem escritora com quem ele estava vivendo, saíram do apartamento dela no Upper West Side, em Nova York, para esperar, numa banca de jornais na esquina da rua 66 com a Broadway, pela edição do dia seguinte do The New York Times. Kerouac fora alertado por seu editor que o romance On the road, que escrevera havia quase dez anos, mas só então era publicado, seria comentado pelo mais prestigiado jornal americano.
“Sob a luz de um poste, Jack e Joyce folhearam avidamente as páginas do Times até depararem com a crítica. Assinada por Gilbert Millstein, dizia: ‘On the road é o segundo romance  de Jack Kerouac, e sua publicação é um evento histórico, na medida em que o surgimento de uma genuína obre de arte concorre para desvendar o espírito de uma época. (...) É a mais belamente executada, a mais límpida, e se constitui na mais importante manifestação feita até agora pela geração que  o próprio Kerouac, anos atrás, batizou de beat e da qual o principal avatar é ele mesmo.’
“Estava deflagrado o mito de On the road.”
E mais à frente, Bueno diz: “A lenda em torno de On the road se inicia, de certa forma, justamente a partir da resenha do The New York Times.   
De fato, uma lenda. Do seu lançamento, em 1957, até hoje, o livro não parou de encantar/desencantar multidões de leitores mundo afora. Já ouvi comentários sobre On the road que vão de “o livro mais verdadeiro que já li na minha vida”, até “muito enjoadinho, não gostei”.
Para seu autor, Jack Kerouac, toda a aclamação e todas as polêmicas em torno do livro constituíram um híbrido de redenção e suplício ao longo de sua vida. A incompreensão com que muitas vezes sua obra foi abordada e as alterações feitas nela por exigência dos editores (a Viking Press forçou Jack a suprimir 120 páginas) levaram-no, por vezes, a manifestar um certo desapreço pelo próprio sucesso.
Porém, seja como for, independentemente dos estereótipos da geração beat, On the Road pode ser considerado sim uma das maiores proezas literárias do século XX. Um livro do qual eu sou fã absoluto e me orgulho e me parabenizo por cada instante mergulhado em suas páginas.
E, como destaca seu tradutor, Eduardo Bueno (a quem também, aqui no Brasil, devemos gratidão, pela deliciosa tradução), foi a partir da resenha publicada no The New York Times, em 4 de Setembro de 1957, que, depois de dez anos rejeitado por várias editoras, On the road chamou finalmente a atenção para a genialidade do seu autor. Portanto, de alguma maneira, 4 de setembro é um tipo de aniversário de On the road. E nenhum fã descabelado como eu pode deixar de comemorar esta data.
Por isso, a você, querido Jack (que nunca morreu), meu muitíssimo obrigado por esta eterna, sagrada e inigualavelmente preciosa jóia da cultura humana.
Viva ON THE ROAD!!!
Viva Jack Kerouac!!!

                                                                                                          Eduardo Prazeres  

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