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Mostrando postagens de 2022

MARÇO, E AS GUERRAS DO PASSADO E DO PRESENTE

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  Lamentavelmente, um dos maiores pilares da nossa civilização é a guerra. Um mundo onde isso não fosse verdade, seria o mundo dos sonhos. Todos os territórios do nosso planeta, hoje constituídos como países e nações civilizadas, carregam na história da origem dessa instituição político-territorial a marca da guerra, com todas as suas atrocidades, crimes e violência. Aqui no Brasil, não poderia ser diferente. Nenhuma história de colonização se deu em moldes pacíficos de relacionamento entre colonizados e colonizadores. E houve também a mudança de regime, de monarquia para república, outro processo responsável por páginas dramáticas da história nacional. É importante frisar que o registro histórico desses processos é sempre seletivo, uma seleção feita pelos próprios historiadores, guiada geralmente por interesses de natureza econômica, política e ideológica.   Este é o caso da Batalha do Jenipapo, ocorrida em 13 de Março de 1823, durante a revolução pela independência do Brasil, no muni

ARTISTA EMPREENDEDOR

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O artista é o artesão do intangível. Isso porque a matéria-prima de toda criação artística é intangível. Qualquer material, ferramenta ou equipamento utilizado nesse processo é mero instrumento funcional da verdadeira matéria-prima: a humanidade do artista. Diante disso, o produto artístico (a obra) será sempre um reflexo direto daquilo que vai na alma do artista. No entanto, esse caráter subjetivo da obra nem sempre irá conter um potencial comercial necessário ao produto artístico que, como tal, tem um custo de produção . Este aspecto, aliado a diversos outros de uma lógica de mercado da qual não podemos nos eximir, é determinante na decisão das empresas produtoras de cultura (editoras, emisoras de TV, gravadoras, canais de streaming, produtoras de cinema, etc.) sobre investir ou não nas obras artísticas que lhes são apresentadas, e transformá-las ou não em produto . Assim, encontrando tanta resistência em conseguir se inserir no catálogo das empresas produtoras de cultura, o artis

Nos livros e nos filmes - ele é cult, ele é pop, ele é A COISA!

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               Alguns artistas têm o dom de se projetar no imaginário popular de tal maneira que, mesmo aquelas pessoas que não acompanham seu trabalho, ao ouvirem seu nome numa situação qualquer, dizem automaticamente: “Ah, sei quem é”. Este é o caso do escritor norte-americano Stephen King (ou simplesmente Steve , como ele gosta de ser chamado). No caso particular de Steve, é incalculável o número de pessoas que conhecem o seu nome sem conhecer ou acompanhar de perto o seu trabalho.             Eu me lembro do dia em que fui ao cinema para assistir a parte 2 do filme It, A Coisa , em 2019. Eu e Lya (minha esposa) assistíamos ao filme, quando, inesperadamente (na cena em que o Bill, já adulto e de volta à cidade de Derry, visita uma pequena loja de antiguidades e artigos usados), entra em cena ninguém menos que ele – Stephen King . Steve interpretou o dono da lojinha de antiguidades, numa cena curta, em que Bill compra de volta sua bicicleta dos tempos de adolescente. Ao lado de

O FILME É DE TERROR, E A ESTREIA É DIA 13

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  Neste dia 13 de Fevereiro, próximo domingo, às 19h, estreia em definitivo, para o grande público, o curta-metragem NUNCA PERCA O ÔNIBUS , A partir dessa data e horário, o filme ficará em exibição gratuita na plataforma do Youtube. Realizamos uma live de exibição privada para convidados da área, no último dia 06 de Fevereiro. Na ocasião, fizemos um gostoso bate-papo sobre as delícias e os embargos de produzir cinema de forma independente, além de termos colhido os primeiros feedbacks sobre o filme. As manifestações de apoio dos diversos artistas e produtores presentes na live nos encorajaram ainda mais a trazer a obra a público. NUNCA PERCA O ÔNIBUS é uma adaptação do meu conto homônimo, extraído do meu livro Balada Suburbana . Trata-se de uma narrativa de suspense sobrenatural, mesclando conteúdo das crendices populares regionais com elementos universais do gênero. Na postagem da semana passada, aqui no blog, falei um pouco sobre o processo de produção do filme. Confira o arti

FIZEMOS UM FILME COM ORÇAMENTO ZERO

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  Cinema INDEPENDENTE. Cinema UNDERGROUND. Cinema AMADOR. Essas classificações não andam obrigatoriamente juntas. Mas, no nosso caso, acredito que realizamos uma produção que agrega elementos de todas elas. O curta NUNCA PERCA O ÔNIBUS , adaptação de um conto homônimo meu, acaba de ser produzido na base do cinema de guerrilha. Apesar de constar nos créditos como uma co-produção de três pequenas produtoras, uma delas a Dedallus, marca ainda informal, criada por mim e Lya, o que cada um de nós ofereceu, na verdade, foram os nossos serviços, nosso tempo e nosso empenho em realizar o filme. Claro que este é um capital ainda mais valioso que dinheiro, a prova é que fizemos o filme. Contamos, sim, com um patrocínio fundamental, o da empresa de transportes intermunicipais Barroso , que gentilmente nos cedeu um de seus ônibus (em excelentes condições, faço questão de frisar) para utilizarmos nas gravações. Teria saído bem caro alugar um veículo similar, pelo que agradecemos imensamente e d

É ARTISTA E NÃO É CELEBRIDADE? VAI TER QUE SE GARANTIR NA PRODUÇÃO!

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A natureza do fazer artístico é algo que está muito mais próximo do sonho e do encantamento poético do que de coisas pragmáticas, como o gerenciamento de questões financeiras, por exemplo. Mesmo desejando alcançar a prosperidade com seu ofício, o artista quase nunca está interessado nos trâmites burocráticos responsáveis pela geração do dinheiro com sua arte. Ele/ela deseja simplesmente executar sua função criativa, receber aquela bolada e viver o vidão que todo mundo pediu a Deus.      É verdade que isso vem mudando, nos últimos tempos. Mas a priori, de um modo geral, ainda é assim que se comporta a mente da maioria das pessoas dessa área. Principalmente os iniciantes.      Até porque a mídia está aí, para não desmentir o sonho de ninguém. Artistas de todos os segmentos e de todas as idades estão vivendo hoje, bem diante dos nossos olhos, exclusivamente daquilo que amam fazer. São famosos e ricos, e não estão preocupados com outra coisa que não seja o aspecto criativo, o lado lú

TODO ARTISTA PODE E DEVE SER UM MILIONÁRIO

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          Se você é artista, de qualquer área ou segmento, e, como milhares de profissionais dessa área, até hoje ainda não conseguiu obter uma remuneração digna por tudo que produz, já deve ter se perguntado coisas do tipo: “Como pode, num mundo onde produtores de armas (força destrutiva) são multimilionários, tantos produtores de arte (força criativa) viverem na pobreza?”. E não é culpa sua (nem paranóia sua) que especulações desse tipo passem pela sua cabeça. No caso específico dessa pergunta exemplificada, alguém poderia responder, com uma sinceridade um tanto cruel, que as armas, mesmo representando uma força destrutiva, acabam tendo também uma utilidade mais prática e, por isso, sendo mais rentável produzi-las do que produzir arte.   Bem, o propósito aqui não é discutir a utilidade nem as questões éticas em torno da produção de armas. Confesso que queria apenas uma comparação impactante, de algo completamente diferente do fazer artístico, para chamar a atenção para essa eno