FIZEMOS UM FILME COM ORÇAMENTO ZERO
Cinema
INDEPENDENTE. Cinema UNDERGROUND. Cinema AMADOR. Essas classificações não andam
obrigatoriamente juntas. Mas, no nosso caso, acredito que realizamos uma
produção que agrega elementos de todas elas.
O
curta NUNCA
PERCA O ÔNIBUS, adaptação de um conto homônimo meu, acaba de ser
produzido na base do cinema de guerrilha. Apesar de constar nos créditos como
uma co-produção de três pequenas produtoras, uma delas a Dedallus, marca ainda
informal, criada por mim e Lya, o que cada um de nós ofereceu, na verdade,
foram os nossos serviços, nosso tempo e nosso empenho em realizar o filme. Claro
que este é um capital ainda mais valioso que dinheiro, a prova é que fizemos o
filme.
Contamos,
sim, com um patrocínio fundamental, o da empresa de transportes intermunicipais
Barroso, que gentilmente nos cedeu um
de seus ônibus (em excelentes condições, faço questão de frisar) para
utilizarmos nas gravações. Teria saído bem caro alugar um veículo similar, pelo
que agradecemos imensamente e de todo o nosso coração à Barroso.
Depois
de muitos anos trabalhando como ator, escritor e roteirista, esta é minha
primeira produção como diretor, função que dividi com o André Luís (Piau Produções), que também assina a
fotografia e a edição final da obra. O roteiro também é meu. Gravamos o filme
em duas diárias, com mais de um mês de intervalo entre as duas, o que nos
obrigou a atentar muito para as questões de continuidade. Há muitas externas,
em ambiente rural. Com as primeiras chuvas do inverno, a vegetação começou a
mudar, o mato cresceu.
Tivemos
que encarar todos os desafios e limitações de produzir um filme sem dinheiro.
Precisamos abrir mão de uma série de recursos e equipamentos necessários a uma
produção como esta. Gravar externas noturnas já é pauleira quando se dispõe do
aparato técnico ideal, imagine com uma câmera e dois leds. Metemos as caras,
fomos lá e fizemos a parada.
O
filme conta com um elenco de artistas muito queridos, em nossa região, o que me
deixa bastante grato e feliz. Nosso protagonista é o Giordano Gabriel, ator,
arte-educador e artista plástico. Gabriel divide a presença dos atores jovens
com Manu Silva, talentosíssima representante da nova geração de atrizes
piauienses. Entre os representantes dos grandes nomes da arte local, temos
Vitorino Rodrigues (VR Produções),
ator, diretor, produtor cultural e professor. Abrilhantando a presença feminina
no elenco, temos Sandra Lima, Lya Forte e Marina Marques.
O
filme integra o projeto de uma série de curtas, chamada AS
BRUMAS DA TERRA DO SOL, que tem o formato de antologia, com cada episódio
representado por um curta com narrativa própria, independente, vinculados uns
aos outros apenas pelo tema geral da série – o misticismo das crendices
populares. Com uma narrativa de suspense sobrenatural, NUNCA
PERCA O ÔNIBUS talvez acabe caindo nas graças do público pela sua
atmosfera underground, darksider, e pelo carisma dos atores. Da parte da crítica,
já não ouso esperar muito, pelas limitações técnicas que o filme apresenta.
Ainda assim, pretendo inscrever a obra em festivais por aí afora, na base da
persistência – e da cara dura (risos).
Neste
domingo, dia 06 de fevereiro, faremos uma exibição privada para convidados da
área artística, num encontro online, no intuito de debatermos aspectos do filme
e da produção independente em si, e também para recebermos algum feedback desse
primeiro grupo de espectadores. Após isso, pretendo disponibilizar o filme para
todo o público, em plataformas virtuais gratuitas.
É
isso. É sobre isso.
[Ah, clica no botão Seguir, lá em cima, pra acompanhar as
novidades do blog, que agora tem postagem semanal, todo sábado. Vou ficar feliz
em te ver por aqui!]
Por: Eduardo Prazeres
Comentários
com muito carinho e muita admiração jailson sousa.