DEUS E AS POTENCIALIDADES SUBJETIVAS DO SER HUMANO
(Por: Eduardo Prazeres)
Um aspecto das potencialidades subjetivas do ser humano, abordadas pela Física Quântica e por áreas alternativas do conhecimento, como aqueles envolvidos nos estudos sobre a Lei da Atração, que precisa ser melhor considerado, é o nível de autonomia humana em todo esse processo. Por se tratar de um assunto que transita entre ciência e espiritualidade, e, assim, ser embasado tanto em fontes de cunho científico como em fontes de cunho místico-religioso, tem-se tornado cada vez mais comum a interpretação precipitada de passagens isoladas de textos religiosos canônicos, como a Bíblia cristã, sobre o assunto. Um exemplo bem marcante é o trecho do Novo Testamento com a afirmação de Jesus de que “Vós sois deuses” (afirmação fortemente verdadeira, quando bem ponderado o seu significado).
Partindo dessa premissa, de que cada ser humano é um deus em si mesmo,
muitos têm aceitado e ajudado a difundir a ideia de que o homem é absolutamente
autossuficiente na criação de sua própria realidade, apenas se conectando ao “poder
divino” contido no seu Eu Superior, sem que essa atitude seja, de maneira alguma,
filtrada pela vontade do Criador. Fala-se em algo de natureza um tanto
indefinida e abstrata, como Universo, Matriz Quântica ou Matriz Divina
(equivalentes substituintes óbvios de Deus, importantes pela sua maior aceitabilidade
nas mentes menos espiritualistas), classificando-se essa coisa ou ser cósmico
como mera fonte original de onde emana toda a Energia, cuja atuação e
manifestação está plenamente subordinada à vontade humana.
Esta é uma postura tanto ingrata quanto equivocada. Felizmente, não se
trata de um equívoco total nem incorrigível. Sim, é verdade que existe “poder
divino” em nós. Por que somos obras do Criador e, como tais, somos centelhas do
seu infinito amor e poder realizador. E sim, podemos nos conectar a esse poder,
acessá-lo através do amor e, por meio dele, transformar nossas vidas, “influenciando”
poderosamente a nossa realidade. O equívoco (e a ingratidão) frisado aqui é a
tentativa (inconsciente, às vezes) de excluir
a pessoa de Deus desse processo.
Vós sois deuses – disse Jesus. E as obras que eu faço, podereis fazê-las
ainda maiores – ele completou. E nos ensinou ainda que podemos ordenar a
uma montanha que mude de lugar, e ela obedecerá, bastando, para isso, que
tenhamos a fé do tamanho de um grão de mostarda. Sim! É muito poder à nossa
disposição! Um grande, infinito e maravilhoso poder.
Mas que ninguém se engane. Todo o poder provém do Criador! Se desejamos
nos conectar a essa força sublime e infinitamente realizadora do Pai nosso, que está no céu (dimensão
cósmica superior, imaterial), para, assim, influenciarmos e moldarmos nossa
realidade, como seus co-criadores, a primeira coisa a fazermos é sermos Templos de Deus, e deixar que Venha a nós o Seu reino, para que, em
comunhão com tudo aquilo que desejamos de bom, Seja feita a Sua vontade.
Não tente excluir do processo criativo da sua Realidade Almejada a
presença de Deus. Não tente abstraí-lo ou negá-lo. Só somos deuses quando
estamos conectados em plena comunhão com o Deus Todo Poderoso de quem emana a
nossa essência divina. De quem somos amorosa extensão.
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